Notícias 24.04.24

Qual é o papel da educação na cultura de paz?

AUTOR

Pueri Domus

ASSUNTO

Notícias

TEMPO DE LEITURA

5 min

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Aprendizagem é a chave para um futuro mais pacífico e harmonioso entre todos.

A busca pela paz é um ideal que perpassa a história, um desejo intrínseco que transcende fronteiras e culturas. No entanto, é inegável que, ao longo dos séculos, manter a atitude pacífica tem sido um desafio constante para as sociedades.

Em um mundo cada vez mais conectado, as nações são interdependentes, e a necessidade de construir e manter a paz é mais premente do que nunca. Nesse contexto, a educação surge como uma ferramenta fundamental na promoção de uma cultura de paz.

Para discutir sobre a importância da educação na cultura de paz, entrevistamos Kevin Flemming, ex-diplomata do Reino Unido no Brasil. Continue a leitura e saiba mais sobre esse assunto!

Qual é sua formação profissional?

“Meu nome é Kevin Flemming. Sou britânico e, atualmente, moro na Inglaterra. Tive o prazer de morar no lindo país de vocês, o Brasil, por 4 anos. Minha vida profissional, depois de me formar em Física, pelo Imperial College de Londres, foi na Marinha Britânica, onde passei 34 anos”, diz.

Kevin Flemming começou a trabalhar como aviador naval, operando helicópteros a partir de navios de guerras britânicos. Depois, passou um tempo treinando e educando oficiais militares e lideranças em pensamento crítico. Antes de encerrar a carreira naval, já como diplomata, ele assumiu o posto de Adido de Defesa do Reino Unido.

O Adido de Defesa é o oficial graduado mais antigo dos Adidos Militares nas Forças Armadas. Kevin Flemming exerceu essa função no Brasil entre 2016 e 2020, contribuindo com a formação de militares e reforçando o compromisso com a cultura de paz no mundo.

Como sua atuação contribui para a cultura de paz?

“Durante minha carreira naval, tive a sorte de visitar muitos países ao redor do mundo. Em minhas viagens, passei muito tempo colaborando em estreita colaboração com outras marinhas, exércitos e forças aéreas, concentrando em tentar manter a paz para que as pessoas pudessem viver como quisessem”, explica.

“Mas, se olharmos para o mundo atual, veremos que proporcionar paz e segurança é extremamente difícil. Infelizmente, a paz não parece ser o estado natural da raça humana. A dissuasão militar é frequentemente necessária para manter a paz”, continua o ex-diplomata.

O entrevistado lembra que o Brasil tem uma tradição muito orgulhosa de manutenção da paz ao longo de muitos anos, como no Haiti e em outros lugares.

Qual é a importância da dissuasão militar na cultura de paz?

“Quando trabalhei na Embaixada Britânica em Brasília, tive muito orgulho de apoiar o pessoal das Forças Armadas britânicas que frequentemente visitavam o Brasil para participar de treinamentos de manutenção da paz para militares do Brasil e de muitos outros países sul-americanos. Mas, quando a dissuasão militar e a manutenção da paz falham, o resultado é o conflito e a guerra”, ressalta Kevin Flemming.

No entanto, ele acredita que há uma abordagem melhor para alcançar a paz: por meio da compreensão e da busca incansável por conhecimento.

“Todas as pessoas são diferentes, o que significa que não é exatamente fácil de entender uma às outras. Quando as pessoas não entendem algo, geralmente, se sentem ameaçadas. Uma das minhas citações favoritas que resume isso é do ex-presidente dos Estados Unidos da América Abraham Lincoln. Ele disse: “não gosto desse homem, preciso conhecê-lo melhor”, comenta.

Como a educação contribui para a cultura de paz?

O entrevistado reforça que a busca por conhecimento e compreensão é muito importante na construção de um mundo mais pacífico.

“A ignorância cria barreiras, é muito melhor educar, aprender. É importante que você reserve um tempo para aprender sobre as outras pessoas, suas diferentes histórias e culturas, suas diferentes formas de pensar, suas diferentes opiniões e talvez seus diferentes valores”, afirma.

“Acho que a educação é muito importante porque pode levar a uma maior tolerância e você provavelmente descobrirá que todos nós temos muito mais em comum do que imagina. Aumentar nossa compreensão entre os outros nos deixa mais tolerantes, ajudando-nos a viver juntos e em paz”, continua o ex-militar do Reino Unido.

“Anteriormente, eu disse que a paz não parece ser o estado natural da raça humana. Talvez no futuro, com cada um de vocês se concentrando em sua educação e seu aprendizado e aumentando sua compreensão e tolerância com os outros, com o tempo, a paz possa se tornar o estado natural da humanidade”, conclui.

Nesta entrevista, você conheceu como a educação constrói a cultura de paz. Kevin Flemming, com sua vasta experiência na Marinha Britânica e como ex-diplomata no Brasil, destacou a importância da compreensão mútua e do investimento em conhecimento para promover a paz.

Ao aprender sobre as diferentes culturas, histórias e valores, podemos cultivar a tolerância e o respeito, construindo pontes que nos unem, em vez de barreiras que nos separam. A educação, portanto, não é apenas o caminho para o desenvolvimento intelectual, mas também a chave para um futuro mais pacífico e harmonioso.

Confira a entrevista com Kevin Flemming sobre educação e cultura de paz:

Qual é o papel da educação na cultura de paz? (youtube.com)

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